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FÍSICA E METAFÍSICA

  • Foto do escritor: gleidianadantas
    gleidianadantas
  • 15 de jun. de 2016
  • 10 min de leitura

Heidegger qualifica a “Física” como o livro fundamental da própria filosofia ocidental tendo em vista que sua construção se da com base em referências a filósofos anteriores ou contemporâneos. Aristóteles observa que a filosofia natural que o antecedeu apresentou duas crises que abalaram a história do pensamento ocidental. A primeira crise se tem a crítica eleata da filosofia natural pré-parmenídica e a segunda crise e o abandono por Sócrates e seus discípulos.

Em relação às duas grandes crises da filosofia natural, a crise promovida pelo eleatismo foi tão profunda que uma restauração da filosofia natural nos mesmos termos seria insuficiente. Aristóteles se distancia do eleatismo revisado pela teoria platônica das ideias e propõe uma pluralidade de ciências. Para Aristóteles a physis, que hoje chamamos “natureza”, é totalmente dos entes automóveis.

Aristóteles mostra as distinções na Física como ciência particular e Metafísica como ciência primeira, o ser enquanto ser.

Para Aristóteles a física esta voltado para o movimento, pois o ente natural tem como principio interno se colocar em movimento já que ele é automóvel. Segunda teoria aristotélica para que uma potencia se realize em ato há necessidade de movimento. Esse movimento acontece porque há um ente para realiza-lo, são os entes que possuem a potência para essa realização. Enquanto um ente percorre um espaço qualquer, transcorre um determinado tempo. Parece que o tempo advém do movimento, que se não houvesse movimento não haveria tempo.

Aristóteles apresenta o primeiro elemento que caracteriza no seu entender, uma ciência, a busca por princípios. Ou o principio é uno, ou é múltiplo, ou é finito, ou é infinito, ou determinado, ou múltiplo contrario. Esse é um inicio de critica aos antigos pensadores que, para Aristóteles não tinha coerência em suas proposições, pois diziam o mesmo e o contrário sobre os princípios.

Aristóteles critica os eleatas baseando-se na sua proposição segundo o qual, as coisas que são por natureza, são movidas. Definitivamente, para Aristóteles, os eleatas não são físicos, nem no sentido mais amplo, nem no sentido estrito.

Para Aristóteles, alguns físicos elaboram suas argumentações com base em único princípio que é o substrato, a matéria.



SEGUNDO LIVRO DA FÍSICA

Aristóteles argumenta que os animais, as plantas e os corpos simples são naturais, tendo em vista que é a natureza que os causa.

Desse modo é natural àquilo que tem matéria, possuindo em si mesmo o princípio do movimento e da mudança e a partir da forma sendo definido.

Para Aristóteles, os antigos pensadores falaram apenas da matéria, mas a substancia é composta de matéria e forma. Além da causa material, Aristóteles aponta outras três causas: a causa formal que é ter a ideia do objeto, a causa eficiente que é o preparo do objeto, a moldagem e a causa final que é a conclusão da ideia. Hoje a doutrina dessas causas é considerada arcaica.

Aristóteles insiste na definição de que o necessário das coisas naturais é a matéria e seus movimentos, mas sempre relacionando com as outras causas e as situando na ideia de movimento. Portanto, a causa final, eficiente e formal estão envolvidas no processo do movimento.

“Metafisica” é um dos livros de Aristóteles que, desde o título, traz inúmeros questionamentos. Pela própria natureza do termo desses escritos, o sentido técnico-bibliotecário de meta – “pós”, posterior em uma sequencia de escritos, acaba ganhando o significado teórico filosófico de “trans”, isto é, para além dos entes físicos. A metafísica passa a significar, assim, um conhecimento do que esta além da física tornou-se o nome da ciência do suprassencível.



PRIMEIRO LIVRO DA “METAFISICA”

Aristóteles aponta neste livro o desejo de conhecer como fundamento da natureza humana. Passados mais de dois mil anos da construção da obra aristotélica, o homem continua se admirando com a natureza e buscando conhecimento dos fenômenos.

A metafísica como ciência do suprassencível é o conhecimento puramente inteligível do que esta para além da física. Desse modo, a metafísica é o conhecimento que pressupõe o fundamento como princípio primeiro, "uma causa não causada que é a causa de tudo".

Objetivo geral da psicologia aristotélica é o mundo animado, isto é, vivente, que tem por princípio a alma. O avanço de Aristóteles no De Anima consiste em mostrar que a alma é o principio de movimento, mas que não pode ser algo em movimento.


METAFÍSICA E LÓGICA



LIVRO IV DA “METAFISICA”

O livro IV da “Metafisica”, afirmam que Aristóteles exige de todo homem, se ele quer ser homem, a intenção de “querer dizer alguma coisa”. Para esses autores, Aristóteles quebra a consistência pré-socrática entre dizer e ser e, por sua vez, faz da palavra, objeto de convenção, no qual a palavra significa sempre alguma coisa. E, diferentemente do estilo de Platão, ele responde aos argumentos lógicos dos sofistas com a prática de refutação. Para Aristóteles a palavra é um símbolo e não uma coisa. A teoria de Aristóteles na polemica contra os sofistas, é a experiência da distância entre linguagem, pensamento e ser. Atrás da linguagem tem uma intenção humana que se dirige para as coisas.

O principio da não contradição esta no cerne da argumentação do livro IV da “Metafisica” e é o primeiro principio da “ciência do ser enquanto ser”. Nesse sentido, a lei logica equivale à lei ontológica, pois o princípio que fundamenta toda a investigação metafísica é um principio lógico.

Tal como o princípio da não contradição está em um extremo do livro IV da “Metafisica” e como o primeiro princípio da “ciência do ser enquanto ser” é indemonstrável, o motor imóvel está no outro extremo da argumentação do livro IV, além de ser indemonstrável não esta em movimento.


A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA

Com Copérnico, Galileu, Klepler se destroi a concepção clássica de mundo e se constrói outra, pois o pensamento era sobretudo Matafísico.

Até a idade média a Física aristótelica dominou o pensamento grego. Esta Física era baseada na percepção do sensível e negava os fatos quantitativamente determinado pela experiência Matemática.

Galileu foi o primeiro que acreditou que as forças Matemáticas seriam realizadas no mundo. Estabelecendo assim uma ruptura entre o mundo dos sentidos e o mundo real das ciências.



As ciências modernas apresentaram duas características básicas: a destruição dos Cosmos e a Geometrização do Espaço, quebrando assim os conceitos do senso-comum. Nesse sentido Galileu retoma pensamentos de Platão, dando um valor maior à Matemática, contrariando o pensamento aristotélico que refutava tal valor.

Numa época em que a ciência ganhara espaço, Galileu desenvolveu o heliocentrismo, a razão passa a ser considerada o único caminho da verdade, por fazer assossiação entre fé e razão , onde por uma lógica aristotélica não se podia chegar a esses resultados. O primeiro filosófo moderno foi René Descartes, que deu prosseguimento ao pensamento filosófico de galileu, afirmando que tudo aquilo que existe ou é substância pensante ou é substância extensa.

Para Koyré, descartes é o primeiro filosófo moderno porque seu pensamento reúne todas as características básicas da modernidade: a prevalência da Matemática sobre a Lógica, a união da Física com a Matemáticae a base de um universo infinito. Para Descartes a Matemática apresenta-se condição de pensamento em razão da certeza e da evidência de seus raciocínios.



LÓGICA MATEMÁTICA

A Lógica escolástica era considerada como uma forma de mecanização do pensamento e por isso estéril. Com isso, tem-se uma tendência humanística para liberar a Lógica da Metafísica e inserí-la no pensamento científico, Descartes foi o prercursor dessa ideia. Assim a Matemática suplanta a lógica para as operações de entendimento. Descartes critica o excessivo formalismo da Lógica da escola. O método deixa de ser receitas. As ideias de Descartes tem correlações com método Matemático.


O método cartesiano consiste no seguinte:

-REGRA DA EVIDÊNCIA: algo é evidente, desde que tenha clareza e distinção.

-REGRA DA ANÁLISE: dividir as dificuldades quantas vezes forem possíveis, para se ter uma resolução mais adequada.

-REGRA DA SÍNTESE: Ordenar o raciocínio indo do mais simples para o mais complexo.

-REGRA DA ENUMERAÇÃO: realizar verificações completas e gerais para se ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido.



Pensando sobre a estrutura formal das coisas pode ser assim descrita:

a) Lógica das proposições;

b) Lógica do raciocínio;

c) Lógica do conceito.

A Lógica aristotélica é construída sobre a base de enunciados e de prosdiorismos e a Lógica moderna é, a seu turno, construída através de escrituras e funções proposicionais que se distingue de uam frase.

Frege é o grande iniciador da lógica moderna, e é reconhecido como sendo o primeiro a ter introduzido o uso moderno das variáveis e os quantificadores, o cálculo clássico dos enunciados.

Graças ao Frege a estrutura gramatical da frase "sujeito, cópula, atributo", substitui-se uma outra estrutura fundada a partir de "função, argumento". Assim, Frege anota, por exemplo, a função pelo F e o argumento pelo A.

Em lógica moderna, ao invés de escrever uma frase, escreve-se F(X), onde X satisfaz a função F, podendo acrescentar-se a isso os quantificadores. Os quantificadores não tem nenhum sentido em Matemática e em Lógica, fato que marca uma diferença fundamental da linguagem comum.

De fato F(X) não quer dizer nada, já que necessita de uma função complementar; mas se dizemos "todo homem" muitas evocações podem surgir. Eis a diferença entre prosdiorismos de Aristóteles e os quantificadores da Lógica moderna.

Para Aristóteles tudo que afirmamos será possivel negar e tudo que negamos será possível afirmar. A partir daí, explica as relações de contradição, contrariedade e subcontrariedade. Para ele a contradição se dá a partir da oposição entre os universais e os particulares. A Lógica moderna se distancia da língua utilizando um único símbolo para a negação. Assim, ela pode se passar das ambigudades mais difíceis para o caso da Lógica aristotélica.

A reestruturação fregeana da lógica Aristotélica



Tentando fudamentar a Matemática, Frege acabou por inovar a Lógica. A Lógica Clássica era imprópria para a necessidade de Frege. Assim Frege formulou a "idegrafia" que tem uma linguagem puramente artificial e sintética, para validar a dedução, pensamento seguro. Em sua proposta de unir a Lógica a Matemática, Frege criticava a subordinação da Lógica clássica à linguagem natural, e por conseguinte, a sua gramática, pela decomposição de toda proposição Lógica em sujeito e predicado. Frege estabele ainda a distinção entre conceito de objeto em analogia à distinção entre predicado e sujeito. Objetos são valores do argumento, as extensões dos conceitos. Do mesmo modo, um enunciado proposicional (função + argumento), por não estar vazio representa um objeto. Outra distinção estabelecida por Frege se dá entre sentido e referência. Deste modo, duas expressões podem ter sentidos diferentes, mas uma mesma referência. Exemplo: "estrela da manhã" e a "estrela da tarde", possuem sentidos diferentes, mas referem-se ao planeta Vênus. Frege para escapar dos erros da linguagem considerou necessária a criação de um conjunto de sinais descritos, por sua forma rigorosamente Lógica, que garantisse o fundamento de seu conteúdo, e ao mesmo tempo, tivesse permanência na imutabilidade. Para ele a linguagem e as fórmulas aritméticas aproximam-se desse ideal da linguagem por sinal, pelo fato de ser concisa, unívoca e apresentar seus conteúdos numa mesma linha, na ordem de suas transformações e resultados. O objetivo de Frege é a construção de uma linguagem formalizada do pensamento puro, através de um sistema de notação mais regular do que a linguagem cotidiana, e melhor adaptada para garantir a exatidão na dedução e permitir o uso do que é apenas essencial, ou seja, do conteúdo conceitual, em oposião à ênfase retórica.

O SIGNIFICADO DAS QUALIDADES SECUNDÁRIAS NA NATUREZA

O conhecimento da realidade parecem caracterizar um problema crucial na investigação científica. Parece que tudo o que supomos conhecer e ser real no mundo é o que está dentro de nossas mentes. Tudo parece baseado nas próprias experiências passadas, pensamentos ou impressões sensoriais, talvez tudo o que existe no mundo seja simplesmente um projeto da mente. A ciência não lida com a aparência das coisas, ela procura compreender a realidade além das aparências, a ciência procura descrever as coisas além das aparências e da observação direta dos nossos sentidos (os átomos, vírus, previsão climática, etc).

A ciência clássica descreve que, é uma natureza unitária e carente de diversidade qualitativa, procurando justificar e afirmar que o objetivo digno do conhecimento científico é a descoberta de um mundo exterior ao homem cujas leis sejam universalmente necessárias, a uma visão de mundo qualitativo e cheio de percepções da experiência humana, onde se vivem por um mundo de quantidades de, grandezas de matemática e geométrias, movimento e repouso dos objetos. O mundo torna-se separado entre uma realidade objetiva da natureza e a subjetividade da experiência humana, o homem tornando-se um estranho no mundo que ele descreve.

O físico Galileo Galileo, introduz a distinção entre qualidades ou propriedades primárias e sucundárias dos objetos:

1º primárias: como número, figura, extenção, grandeza , movimento ou repouso, não podem ser separados dos objetos por um exercício de pensamento nosso, portanto parecem existir independentemente de experiência sensorial – são qualidades ou propriedades inerentes e objetos dos corpos físicos.

2º secundárias: como as cores, sabores, sons, sensações, etc, são efeitos produzidos na nossa experiência por ação das qualidades primárias reais na natureza- elas são subjetivas e relativas às experiências sensoriais.

No ponto de vista de Galileo as propriedades ou qualidades primárias têm, uma natureza que pode ser matematicamente descrita , declaradas reais e independentes de experiências sensorial, as atividades da ciência consiste em descobrir a realidade humana. A concepção de qualidades ou primárias de fato, parece expressar que Galileo entende ser a natureza essencialmente no universo da matemática.

Quanto às propriedades ou qualidades secundárias, elas são simplesmente são declaradas nomes e não significam nada além ou fora das nossas experiências sensoriais ou mentais.

A doutrina das qualidades ou propriedades de Galileo reintroduz na filosofia da ciência moderna um postulado fundamental quanto ao conhecimento da realidade das coisas, assim como exclui a experiência humana ou homem de uma imagem Matemática e mecânica da natureza.

Se existe um mundo fora e além das experiências mentais, é a linguagem da Físico-Matemática que sustenta a possibilidade da tradução da realidade além das aparências.



CIÊNCIA CLÁSSICA E PARADIGMAS NÃO- CLÁSSICOS NA CIÊNCIA:

CIÊNCIA CLÁSSICA E PARADIGMAS NÃO- CLÁSSICOS NA CIÊNCIA:

Hoje a ciência já não é clássica, podemos identificar uma transformação conceitual ou metaforfose, o que hoje as ciências naturais descrevem é um universo fragmentado e rico de diversidade qualitativa, não justificando a afirmar a ciência clássica, que o objetivo digno do conhecimento científico seja a descoberta de um mundo fora do homem. A ciência clássica considerava a natureza uma máquina regida por leis deterministas universais, hoje a ciência procura compreender um mundo de diversidade e possibilidade crescente de transformação, mutações, descontinuidades, um mundo de diferentes e possíveis experiências.

Entre diferentes aspectos, talvez um paradigma não-clássico na ciência significa compreender que mente e o mundo são partes de uma mesma realidade da natureza. Na concepção filosófica chamada fenomenalismo, portanto, mundo consiste em dados dos sentidos reais e possíveis (smart, 1991,p.141). O feunalismo procura recuperar o mundo desencantado da ciência clássica, tendo como referência o conhecimento da natureza em termos de dados fenomenais ou dados dos sentidos das experiências. o cerébro é um objeto físico do mundo, portanto não é um mistério a existência dessa qualidade ou propriedade (cf.smart,1991,p.147), os fenomenalistas são reticências aceitar o compromisso com a natureza.

Vídeos:

REFERÊNCIAS:

Material de estudo da semana I e II III, IV, V ,VI da plataforma EAD-UFES de filosofia da ciência. Disponível em: https://goo.gl/JlPDn3 acessado em 11/06.


 
 
 

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