Felicidade, Virtude e Razão prática
- gleidianadantas
- 16 de abr. de 2016
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Em seu livro Ética Nicomaqueia, Aristóteles busca a definição de felicidade. Segundo Aristóteles felicidade é uma realização plena do homem, uma atividade humana. Por ser uma atividade humana, tem como atributo principal a razão, e a felicidade por ser felicidade não tem nenhum bem superior a ela. A felicidade não tem outro fim superior a ela, mas compõe com ela os outros bens, como por exemplo, saúde, dinheiro, círculo de amigos, família. A primeira definição de Aristóteles sobre felicidade relaciona felicidade, virtude e racionalidade. A felicidade, assim como as emoções são norteadas pela razão. Aristóteles não nega a presença das emoções no ser, mas diz que toda a ação humana é embasada pela razão. Dessa forma, as emoções são norteadas pela razão. Assim, para que a felicidade seja propriamente humana, não basta ao homem satisfazer seus próprios anseios, é preciso desejar o bem. Segundo Aristóteles a virtude não é algo inato. Somente quando o homem aperfeiçoa a virtude natural e torna aquilo que é natural algo propriamente humano, será possível atribuir ao homem a posse da virtude. Agir segundo a virtude natural significa praticar as ações que o homem prudente (phronimos) pratica, mas não tal como ele as faz. A educação é a chave para a razão se apropriar do comportamento. Se os homens praticam atos justos e moderados, eles se tornam justos e moderados. As ações são elogiadas não apenas pelo fato de manifestar certas qualidades, mas, sobretudo, pelo fato de respeitar três condições específicas:
1) a primeira diz respeito à razão: a pessoa tem que agir conscientemente e não ignorando o que ela faz;
2) em segundo lugar o homem virtuoso tem que agir livremente, não constringido, nem tendo em vista fins alheios.
3) e, finalmente, o virtuoso tem que agir com uma intenção firme, ou seja, por hábito. Aristóteles ressalta em diferentes lugares a importância da firmeza e da perseverança nas ações do sábio.
O que permite avaliar se uma pessoa merece louvor ou reprimenda, não é a posse de uma capacidade que lhe permite agir numa certa maneira, nem é a simples ocorrência das emoções, mas, antes, é uma hexis, isto é, um estado de caráter tornado firme e que se manifesta nas escolhas (prohairesis), nas deliberações (boulesis) e, finalmente, nas ações (práxis).

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