A controvérsia entre os sofistas e os filósofos
- gleidianadantas
- 30 de set. de 2015
- 2 min de leitura

Segundo Fuller (2005), um pensador norte-americano,os intelectuais são vistos como mal humorados, chatos, impositores, paranóicos e birutas, que tentam argumentar com complicações inúteis e valorizam a opinião pública.
Os intelectuais de hoje fazem menção aos sofistas do passado Grego, como aponta Fuller (2005).
Os sofistas gregos e dentre eles Protágoras possuíam o dom da oratória e usavam de seu poder de comunicação para convencer as pessoas a aceitarem os interesses em questão.
Segundo Sócrates e o seu seguidor Platão a figura do sofista manipulava as pessoas, com discursos retóricos, em praças públicas, onde os cidadãos pensavam estar opinando, originando uma Democracia, onde na verdade estavam sendo conduzidas a pensar como estes. O que na verdade para Platão não era uma Democracia de fato, pois a opinião não era a da maioria, mas sim de quem tinha o poder de persuasão no momento, que no caso era o sofista.
Sócrates errou quando não valorizou a opinião das pessoas.
O sofista do passado se remete ao intelectual contemporâneo, que utiliza de um discurso que mexe com os sentimentos das pessoas, de forma abrangente e valoriza a opinião pública, com isso o seu papel é preponderante para o exercício da Democracia.
Os especialistas ou técnicos atuais fazem um paralelo com os Filósofos antigos, que buscam a profundidade das coisas e perdem a abrangência e ao mesmo tempo é um pensador cauteloso, que se submete a limites, seja de um currículo, aos prazos ou a um programa de ensino.
O filósofo acusa o intelectual de forçar seu ponto de vista sobre as coisas, de reduzir a profundidade do mundo às suas ideias, os filósofos criticam os argumentos rápidos e obscuros dos intelectuais.
Os Filósofos não são democratas, pensam que tudo tem que ser submetido à análise de um especialista e não da opinião pública.
Daí surge uma controvérsia que remonta os tempos: Qual o papel é mais importante no mundo atual, O livre pensamento e a capacidade de dialogar com a sociedade e se tornar um líder ( o que é um critério político) ou ficar preso a um rigor metodológico que não leva em consideração a opinião das pessoas, mas sim de um especialista (critério técnico)?
Vamos ao debate e buscar compreender que os Sofistas também são importantes para a formação de uma sociedade mais participativa.
Fontes:
CASTELLO, J. O intelectual o que é? Texto publicado 27 de fevereiro de 2006.
CASSIN, B. O Efeito Sofístico. São Paulo: Editora 34, 2005.
PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
WOLFF, F. Filosofia grega e democracia. Studio, São Paulo, n. 14, 7-48, 1982.
FULLER, S. The Intellectual: The Positive Power of Negative Thinking. London: Icon, 2005.
Comments